Reeleito por unanimidade há pouco mais de um mês, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, enfrenta uma crise jurídica que pode comprometer seu mandato. A deputada federal Daniela Carneiro (União Brasil/RJ) protocolou uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo o afastamento imediato do dirigente. Ela também solicita a revisão do acordo homologado pelo STF em fevereiro, que validou o processo eleitoral da entidade em 2022.
A petição aponta a falsificação de uma das assinaturas que ratificaram o acordo homologado pelo STF, a de Antônio Carlos Nunes, ex-presidente da CBF. A deputada argumenta que, com base no artigo 168 do Código Civil, o juiz pode anular o acordo se houver vício de consentimento. Para sustentar sua denúncia, ela anexou um laudo pericial que levanta dúvidas sobre a autenticidade da assinatura de Nunes.
O laudo, assinado por Jacqueline Tirotti, perita da empresa Tirotti Perícias e Avaliações, afirma que as assinaturas questionadas não coincidem com as características do punho de Nunes. A perícia foi encomendada pelo vereador carioca Marcos Dias (Podemos), que também acionou o Ministério Público para investigar o caso. No entanto, a empresa já teve seus laudos contestados em outros casos de repercussão.
A CBF se manifestou em nota, defendendo sua transparência e legalidade nas ações institucionais. A petição protocolada pela deputada aumenta a pressão sobre Ednaldo Rodrigues, que já enfrenta a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7580 no STF. O julgamento, que será retomado em 28 de maio, questiona mudanças no estatuto eleitoral da CBF e pode trazer novas complicações para o mandatário.