Missa de Exéquias marca primeiro dia do Novendiali – 9 dias de luto
Nesta quarta-feira (23), o caixão com o corpo do papa Francisco será trasladado da capela da Casa de Santa Marta para a Basílica de São Pedro, onde fieis poderão despedir-se do pontífice. As informações foram divulgadas pelo Vaticano. Em nota, a Santa Sé informou ainda os horários para visitação de fiéis à Basílica de São Pedro: na quarta-feira, das 11 à meia-noite; na quinta-feira (24), das 7 à meia-noite; e na sexta-feira (25), das 7 às 19 horas.
O funeral de Francisco foi agendado para o próximo sábado (26), a partir das 10 horas, na própria Basílica de São Pedro. De lá, o caixão contendo o corpo será levado para a Basílica de Santa Maria Maior, onde será sepultado, conforme pedido do pontífice. A cerimônia, conhecida como Missa de Exéquias, marca o primeiro dia do Novendiali ou nove dias de luto e orações em honra ao papa. A celebração, no átrio da basílica, será presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício. Ao final, ocorrerão os ritos da Última Commendatio e da Valedictio — despedidas solenes que marcam o encerramento das exéquias.
‘Tudo aconteceu muito rápido’, diz Vaticano
O papa Francisco começou a apresentar sinais de doença súbita por volta de 5h30 (horário local) da última segunda-feira (21). Cerca de uma hora depois, logo após acenar com a mão para seu enfermeiro pessoal, em gesto de despedida, o pontífice entrou em coma. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (22) pelo Vaticano.
“De acordo com os que estavam com ele em seus momentos finais, Francisco não sofreu. Tudo aconteceu muito rápido”, destacou o Vaticano, em comunicado. “Foi uma morte discreta, quase repentina, sem longo sofrimento ou alarme público, para um papa que sempre foi muito reservado em relação à sua saúde.”
Francisco morreu às 7h35 (horário local), no dia seguinte à Páscoa, quando fez uma breve aparição na sacada da Basílica de São Pedro e ofereceu a bênção Urbi et Orbi (Para a cidade e para o mundo, na tradução literal). De acordo com o Departamento de Celebrações Litúrgicas do Vaticano, o funeral será realizado no próximo sábado (26).
Manifestações contra guerras marcaram papado
Os 12 anos do pontificado do papa Francisco foram marcados pelas recorrentes denúncias do chefe da Igreja Católica contra as guerras em curso no mundo, em especial, os conflitos na Faixa de Gaza e na Ucrânia, mas também as guerras no Sudão, no Congo, no Líbano, no Iêmen e na Síria. Na última aparição pública no domingo (20) de Páscoa, o papa Francisco, mais uma vez, apelou pela paz na Ucrânia e pelo cessar-fogo em Gaza.
Foram diversas as manifestações do líder católico sobre Gaza. Quase todas as noites, ele ligava para a paróquia do enclave palestino para saber como a comunidade local estava. “É com dor que penso em Gaza. Ontem foram bombardeadas crianças. Isto é crueldade. Isto não é guerra”, disse Francisco no discurso do Natal de 2024. O papa Francisco sugeriu que a comunidade global deveria estudar se a investida militar de Israel em Gaza constitui um genocídio do povo palestino. O chefe da Igreja também vinha defendendo a entrada de ajuda humanitária em Gaza, o que vem sendo impedido por Israel.
Líderes mundiais lamentam morte do Pontífice
Diversos líderes mundiais postaram mensagens de pesar nas redes sociais pela morte do papa Francisco, ocorrida na manhã desta segunda-feira (21), no Vaticano aos 88 anos. O presidente da Itália, Sergio Mattarella, disse que recebeu a notícia da morte com grande tristeza pessoal, “suscita dor e comoção” em todo o mundo. “O seu ensinamento recordou a mensagem evangélica, a solidariedade entre as pessoas, o dever de proximidade com os mais frágeis, a cooperação internacional e a paz na humanidade”, declarou.
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, lembrou que teve o privilégio de desfrutar da amizade do papa Francisco, e disse que o pontífice era capaz de reconciliar o que era irreconciliável. “Nas meditações da Via Sacra, nos recordou do poder do dom, que faz tudo florescer novamente e é capaz de reconciliar o que, aos olhos do homem, é irreconciliável. Pediu ao mundo, mais uma vez, a coragem de uma mudança de rota para percorrer um caminho que não destrói, mas cultiva, repara”, afirmou.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, decretou luto oficial de 7 dias pela morte do papa Francisco. Por meio de nota, o presidente destacou o legado do pontífice Jorge Mario Bergoglio e lamentou profundamente a perda de uma “voz de respeito e acolhimento ao próximo”.
O presidente da Argentina, Javier Milei, disse que, “apesar das diferenças”, teve a oportunidade de conhecer a bondade e a sabedoria do papa. “Como presidente, como argentino, e fundamentalmente como homem de fé, despeço-me do Santo Padre e estou ao lado de todos que receberam essa triste notícia”, comentou.