O governo federal planeja ampliar o acesso ao crédito consignado para 42 milhões de trabalhadores com carteira assinada no setor privado. A proposta visa criar uma plataforma que permita aos bancos acessarem diretamente os perfis de crédito dos celetistas através do eSocial, sistema que unifica informações trabalhistas e fiscais. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a iniciativa deve revolucionar o crédito no Brasil, facilitando o acesso de trabalhadores a este tipo de empréstimo com juros mais baixos.
Atualmente, o crédito consignado é uma opção popular para servidores públicos e aposentados, mas a inclusão de trabalhadores do setor privado enfrenta dificuldades devido à exigência de convênios entre empresas e bancos. O governo busca superar esse obstáculo por meio da nova plataforma, que permitirá uma gestão centralizada e o acesso facilitado pelos trabalhadores, eliminando a necessidade de convênios formais com as empresas. A Medida Provisória que viabilizará a iniciativa deve ser editada em fevereiro.
A proposta de expansão do crédito consignado também pode triplicar a oferta atual de R$ 40 bilhões para trabalhadores do setor privado. O presidente-executivo da Febraban, Isaac Sidney, destacou que a nova modalidade permitirá que os bancos ofereçam condições de crédito mais vantajosas aos trabalhadores, gerando um mercado potencial de até R$ 130 bilhões. Para garantir a segurança do modelo, as regras atuais de comprometimento de salário e uso do FGTS serão mantidas.