O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou nesta terça-feira (4) que a Selic deve ser novamente aumentada em 1 ponto percentual em março, como medida para controlar a inflação. O cenário inflacionário continua desafiador, especialmente devido à alta nos preços dos alimentos, que deve manter a inflação acima da meta nos próximos seis meses. A decisão, que foi tomada na última reunião, visa garantir a estabilidade de preços e a convergência da inflação para os níveis desejados.
Em sua análise, o Copom destacou que a alta dos preços dos alimentos, influenciada pela estiagem e pelo aumento das carnes, continua pressionando a economia. Além disso, a desvalorização do real frente ao dólar também tem elevado os custos de bens industrializados. O aumento da Selic, portanto, é visto como necessário para controlar esses impactos e suavizar as flutuações da atividade econômica, mantendo o objetivo de pleno emprego.
Apesar dos desafios internos, o Copom também observou o dinamismo da economia brasileira, impulsionado pela concessão de crédito e pela política fiscal expansionista. No entanto, o mercado de trabalho aquecido e o consumo elevado acabam pressionando a inflação, o que exige o acompanhamento contínuo do Comitê. A política monetária contracionista, com aumento da Selic, é essencial para conter essa pressão e garantir o reequilíbrio entre oferta e demanda.
O cenário externo, por sua vez, também segue desafiador, especialmente com a política econômica dos Estados Unidos e o impacto das suas decisões sobre as economias emergentes. O Copom tem monitorado de perto a volatilidade do câmbio e os movimentos fiscais globais, que podem afetar ainda mais a inflação doméstica e os fluxos de capital. O Comitê segue avaliando essas condições para ajustar sua estratégia monetária de acordo com as necessidades do Brasil.