Mais de 230 mil torcedores prestaram as últimas homenagens ao ídolo mundial Pelé, cujo velório aberto ao público chegou ao fim às 10 horas desta terça-feira (3), na Vila Belmiro, estádio do Santos. Uma hora antes do término da cerimônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou e deu o adeus ao Rei do Futebol.
Acompanhado da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, e Márcio França, ministro de Portos e Aeroportos, Lula ficou ao lado do corpo do ex-jogador durante uma oração em área reservada a familiares e autoridades, que durou aproximadamente 20 minutos. O presidente deixou o estádio sem falar com a imprensa.
Em depoimento gravado ao clube do Santos, Lula também relembrou dos tempos em que o Timão, seu time do coração, era freguês do Peixe. “Olha, quem vai falar do Pelé agora não é o Presidente da República, é um torcedor do Corinthians que foi assistir a muito jogo do Santos contra o Corinthians e que viu o Corinthians perder muito.”
“E me parece que o Pelé tinha uma obsessão de derrotar o Corinthians, ele tinha uma obsessão de ganhar do Corinthians. Então, foi um período de 15 anos muito sofrido para os corintianos, mas tinha uma coisa muito importante no Pelé, ele obrigava a gente a ir em qualquer lugar assistir (sic) um jogo de futebol”, completou.
O caixão com o corpo de Pelé deixou a Vila Belmiro em cima de um caminhão dos Bombeiros para cortejo pelas ruas da cidade litorânea paulista. No trajeto, estava a Avenida Coronel Joaquim Montenegro, onde vive Celeste Arantes, mãe de Pelé. O sepultamento deu-se no Memorial Necrópole Ecumênica.
‘Pelé gostava de perfeição’, diz campeão mundial de 70
O ex-jogador Clodoaldo Tavares Santana, campeão mundial pela Seleção Brasileira ao lado de Pelé em 1970, foi um dos antigos companheiros que marcaram presença no velório do Rei do Futebol, que começou na manhã de segunda-feira (2), no Estádio Urbano Caldeira, na Vila Belmiro, em Santos (SP).
O ex-volante de 73 anos lamentou a morte do amigo, que ocorreu na última quarta-feira (29), mas agradeceu por ter tido a oportunidade de atuar ao lado dele, vestindo tanto a camisa do Brasil como a do Santos, por quase dez anos.
“A gente se despedir do nosso Rei Pelé é sofrido, mas tem a lembrança de tudo que ele deixou como legado. Sempre tive alegria de conviver, então, só tenho a agradecer por tudo que ele representou ao futebol do Brasil e do mundo”, disse Clodoaldo, que ainda recordou a convivência com o Rei do Futebol.
Outros ex-companheiros de Pelé marcaram presença no velório, como Negreiros (que subiu com Clodoaldo para o time profissional do Santos, em meados dos anos 60) e Nenê Belarmino. Parceiros ainda vivos do Rei do Futebol no chamado “ataque do século”, vestindo a camisa do Peixe, Pepe e Mengálvio não foram ao funeral.
O primeiro, de 87 anos, está em Socorro (SP) e a família optou por preservá-lo do desgaste da viagem, inclusive, emocional, conforme informado na rede social do ídolo santista; o segundo está com Covid-19. Dorval e Coutinho faleceram antes do Atleta do Século.