SEMANA SANTA 2025
A primeira “Missa do Crisma” celebrada em Sorocaba, em sua igreja da Catedral, aconteceu há exatamente 100 anos atrás, na Semana Santa de 1925, oficiada sob a presidência do recém-chegado primeiro bispo diocesano, dom José Carlos de Aguirre. Na noite desta quarta-feira (16), às 19h30, na Catedral Metropolitana de Nossa Senhora da Ponte, coincidentemente na passagem deste centenário, o arcebispo dom Julio Endi Akamine, SAC, preside sua última “Missa do Crisma” dentro da Igreja Particular de Sorocaba, já em meio aos rituais de adeus a seus arquidiocesanos locais (tomara posse como quinto bispo e terceiro arcebispo a 25 de fevereiro de 2017), chamado que foi pelo Papa Francisco no início de março para atuar, inicialmente como arcebispo coadjutor com direito à sucessão, na Arquidiocese de Belém do Pará, no norte do País.
A “Missa do Crisma” é celebrada a cada Semana Santa nas catedrais de todo o mundo (o ritual litúrgico a coloca na manhã da Quinta-Feira Santa, como ocorria em Sorocaba desde 1925 até o final da década de 70, porém por razões pastorais, facilitando, inclusive, a presença dos padres de paróquias e cidades mais afastadas da Sé Episcopal e dos próprios fieis, com o desaparecimento no Brasil do feriado religioso deste dia, a Santa Sé houve por bem flexibilizar tal celebração, permitindo sua realização na noite anterior. Nessa liturgia repleta de simbolismos e rituais que o (Arce)Bispo preside ao lado de todos os sacerdotes, seculares e religiosos, que trabalham em sua (Arqui)Diocese, estes renovam solenemente também perante o Arcebispo seus compromissos sacerdotais (a “Missa da Ceia do Senhor” na Quinta-Feira Santa, ao lado da instituição da Eucaristia e do mandato do Mandamento Novo, igualmente faz memória à instituição do sacerdócio católico ministerial), daí porque a “Missa do Crisma” ou “Missa dos Santos Óleos” também ser conhecida como “Missa da Unidade”, reunindo toda a Comunidade Arquidiocesana – sacerdotes, religiosas e fieis leigos – ao redor do Bispo. Há também a bênção dos Óleos Sacramentais (Catecúmenos e Enfermos) e a consagração do Crisma, que serão utilizados durante o ano todo nas paróquias na administração dos Sacramentos, incluindo ordenações diaconais e sacerdotais.
QUATRO NOVOS DIÁCONOS TRANSITÓRIOS – Por outro lado, antes de viajar a Belém do Pará no dia 19 de maio, onde será apresentado como novo arcebispo coadjutor no dia 31 seguinte, dom Julio Endi Akamine, além desta Semana Santa, também ainda cumpre mais alguns compromissos e funções litúrgico-pastorais por aqui, como a ordenação como diáconos transitórios de mais quatro jovens que estão concluindo seus estudos filosófico-teológicos junto ao Seminário Arquidiocesano ‘São Carlos Borromeu’, deixando-os preparados para receberem a ordenação presbiteral quando da chegada de seu sucessor, como sexto arcebispo metropolitano de Sorocaba.
O seminarista Bruno Henrique Inácio Rolim, filho, aliás, do ex-vereador Anselmo Neto, será ordenado diácono ainda neste mês, na semana que vem, dia 25, às 19h30, no Santuário de Santa Filomena, no Jardim Maria do Carmo, próximo do Parque das Águas. Maier Marcelino de Oliveira será ordenado no dia 9 de maio, às 19h30 também, na Matriz do Sagrado Coração de Jesus, na cidade de Piedade, e Ricardo da Silva Gonçalves no dia 14, na Matriz de Santa Maria dos Anjos, no Parque Vitória Régia. Já o seminarista Márcio Henrique Paes receberá sua ordenação diaconal pela imposição das mãos episcopais de dom Julio no dia 16 seguinte, no mesmo horário, no Santuário de São Judas Tadeu, no bairro do Central Parque.
Quem será o futuro Arcebispo?
Uma pergunta presente desde a divulgação da transferência de dom Julio Endi Akamine, SAC, para Belém do Pará como arcebispo coadjutor também ecoou entre os comunicadores da cidade e da região quando de recente entrevista coletiva por ele concedida no Auditório ‘Dom José Lambert’, junto à Cúria Arquidiocesana/Seminário ‘São Carlos Borromeu’: quem será o próximo arcebispo metropolitano de Sorocaba?
A incógnita continua. Dom Julio, desde sua nomeação pelo Papa Francisco, deixou de ser oficialmente arcebispo metropolitano, porém passou a ser o bispo administrador arquidiocesano de Sorocaba e assim permanecerá até 31 de maio, quando de sua apresentação em Belém do Pará.
Sabe-se, de outro lado e dom Julio também confirmou isso durante a coletiva, que a Nunciatura Apostólica, em Brasília, já começou a colher subsídios sobre a realidade local junto a bispos, padres e até leigos vinculados à pastoral citadina para traçar o perfil ideal para um sexto bispo e quarto arcebispo de Sorocaba. Certamente, de posse desses subsídios o Sr. Núncio dom Giambattista Diquattro elaborará uma lista com os nomes de alguns possíveis candidatos ao ofício e os submeterá, via Dicastério Pontifício dos Bispos, ao Papa Francisco para a decisão final.
SITUAÇÃO INUSITADA EM 100 ANOS DE HISTÓRIA – Em cem anos de história da (Arqui)Diocese de Sorocaba, é, por sinal, a primeira que nossa Igreja Particular viverá a situação inusitada de permanecer como ‘sede vacante’ com dom Julio assumindo seu ofício em Belém. Isto porque, nas sucessões anteriores, isso não ocorreu. Dom José Carlos de Aguirre, quando morreu a 8 de janeiro de 1973, já tinha a seu lado como administrador apostólico ‘sede plena’ dom José Melhado Campos e, quando da renúncia deste, dom José Lambert já era seu coadjutor. Dom José Lambert, renunciando aos 75 anos de idade, aguardou como administrador arquidiocesano pela chegada de dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues e este com relação a dom Julio Endi Akamine.
Assim, não surgindo o nome do futuro arcebispo de Sorocaba até 31 de maio, o padre Manoel César de Camargo Júnior, agora na Paróquia de São Benedito e de Santa Terezinha do Menino Jesus, na cidade de Cerquilho, assume como decano, ou seja, o sacerdote com mais tempo de ordenação presbiteral entre os sete atuais componentes do Colégio de Consultores da Arquidiocese, como responsável pela administração arquidiocesana, tendo, porém, sete dias para convocar reunião do próprio Conselho de Consultores para, em votação, escolher entre eles o administrador arquidiocesano, até a posse do novo Arcebispo.