A Biblioteca Infantil Municipal, situada no Centro, recebe a partir do próximo dia 11 a exposição “Arte na favela”, do artista sorocabano Santiago Ribeiro. Com entrada franca, a mostra reproduz, com riqueza de detalhes, aspectos de uma favela brasileira, com moradias, comércios e templos religiosos.
A maquete foi construída em papelão, gesso, argamassa, cimento, terra e diferentes materiais reciclados. Em proporção menor a outras maquetes de favela confeccionadas pelo artista, a obra foi encomendada por um colecionador de arte italiano, de Turim.
Após a mostra na Biblioteca, “Arte na favela” seguirá para a cidade italiana, cujo relevo, segundo o colecionador, tem semelhanças com os morros brasileiros, além de existir no local uma forte devoção a Nossa Senhora da Anunciação. A partir dessa devoção é que o artista construiu a favela, denominando-a “Morro da Anunciação”.
Segundo o artista, a favela, além de ser um termo genérico e ainda depreciativo, esconde o local onde cidadãos residem, constroem suas vidas e seus sonhos e, como todos, merecem respeito, dignidade e acesso à saúde, educação e outros bens. Ele comenta, ainda, o grande apreço à obra.
“Morro da Anunciação, para mim, é como um alerta a todos que vêm anunciando a situação precária em que essas pessoas vivem. Anuncia, como um grito de alerta, que nossa sociedade está doente, precisa de cuidados amplos, generosos e com justiça social para todos”, completa.
Artista iniciou de forma autodidata
Santiago Ribeiro, 43 anos, iniciou suas atividades de forma autodidata e, por meio de oficinas na antiga Oficina Cultural “Grande Otelo”, foi direcionando seus trabalhos para a arte da escultura em papel e outros materiais, reproduzindo, com riqueza de detalhes, prédios históricos, painéis artísticos, entre outros.
No decorrer do tempo, o artista também fez curso de Design de Interiores, ampliando suas atividades como cenógrafo teatral e ilustrador. É membro do grupo teatral Barracão da Vó e coordenou, durante seis anos, a Confraria dos Artistas de Sorocaba, que reuniu vários artistas plásticos, ilustradores e escultores em papel.
Ribeiro já organizou duas grandes mostras retratando os prédios históricos de Sorocaba e região. A primeira foi “Cenário da memória”, quando reproduziu, em esculturas de papel, 10 edificações significativas de Sorocaba, como o Casarão de Brigadeiro Tobias, a Igreja de Sant’Ana, o Mosteiro de São Bento, a Estação Ferroviária, entre outros.
Já a segunda reuniu edificações da antiga Real Fábrica de Ferro de São João do Ipanema, como A Casa das Armas Brancas, Cemitério dos Protestantes, Altos Fornos, Casa da Cadeia e Sede da Fazenda. As duas exposições foram contempladas com recursos da Lei de Incentivo à Cultura (Linc) de Sorocaba.
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